segunda-feira, 1 de junho de 2015

Escrito a ser estudado na reunião de palestra de junho

Um Barco para Atravessar o Mar dos Sofrimentos

Escrito a ser estudado na reunião de palestra de junho Explanação do presidente Ikeda publicada na revista Terceira Civilização, ed. 551, jul. 2014

“Isso significa que aquele que ensina aos outros mesmo uma única frase do Sutra do Lótus é o emissário d’Aquele que Assim Chega, independentemente de essa pessoa ser sacerdote ou leigo, monja ou leiga. O senhor já é um praticante leigo e, portanto, um dos bons homens descritos no sutra” (CEND, v. I, p. 33).

Explicação de trechos da frase:


Única frase do Sutra do Lótus: É a Lei de Nam-myoho-renge-kyo. O 10o capítulo do Sutra do Lótus, “Mestre da Lei”, afirma que qualquer pessoa que compartilha mesmo uma única frase do sutra é um enviado do Buda. O buda Nichiren nos explica que é devido a uma ligação cármica profunda que somos capazes de compartilhar “mesmo uma única frase do Sutra do Lótus”. Estes esforços produzem grandes benefícios precisamente porque compreendem as verdadeiras palavras do Buda.
Emissário d’Aquele que Assim Chega: “Aquele que Assim Chega” é um dos dez títulos honoríficos de um buda. Indica que um buda incorpora a verdade fundamental de todos os fenômenos (CEND v. I, p. 893). No budismo Nichiren, o “Emissário d’Aquele que Assim Chega”, refere-se àqueles que propagam a Lei Mística e se empenham na prática do shakubuku.
Bons Homens: Em relação à denominação “bons homens e boas mulheres”, apresentada no Sutra do Lótus, eles não são cha­mados de “bons” porque vinham de boas famílias, mas sim por­que firmaram o compromisso de seguir o caminho para o estado de Buda exposto por Sakyamuni — em outras palavras, o caminho para a verdadeira independência como ser humano e para a vitória na vida. “Bons” aqui não se refere à linhagem, mas sim à “excelência de intenção” (fonte: A Sabedoria do Sutra do Lótus).

Cenário histórico


Nichiren Daishonin escreveu esta carta em Kamakura em 1261, aproximadamente duas semanas antes de ter sido exilado na península de Izu. É uma carta enviada a um discípulo chamado Shiiji Shiro. Como esta é a única carta endereçada a ele, pouco se sabe sobre sua vida. Acredita-se que ele tenha desempenhado o papel de comunicador entre Daishonin e seus discípulos Shijo Kingo e Toki Jonin nos últimos anos de sua vida. Nesta carta, Nichiren afirma que ele e Shiiji Shiro compartilham uma profunda relação cármica do passado. Ele também elogia seu discípulo por sua luta pelo kosen-rufu com a mesma dedicação dele.

Entenda a frase do Gosho


Compartilhar “mesmo uma única frase” 
é uma nobre maneira de fazer shakubuku

Nessa carta, Nichiren Dai­shonin elogia Shiiji Shiro, um praticante leigo que propaga a Lei Mística, dizendo-lhe que ele é, sem dúvida, um dos “homens bons” descritos na passagem do sutra e, portanto, é um “emissário d’Aquele que Assim Chega”.
O significado e a missão de compartilhar até mesmo “uma única frase do Sutra do Lótus” são infinitamente profundos precisamente porque compreendem as verdadeiras palavras do Buda. Esses esforços produzem grande benefício. Isso também se aplica à nossa dedicação do dia a dia para compartilhar o Budismo de Nichiren Daishonin com as pessoas [shakubuku].
Realizar shakubuku não está restrito apenas a falar sobre doutrinas budistas difíceis. Não há necessidade de complicar as coisas. Você pode simplesmente compartilhar, sem rodeios e de forma honesta, suas experiências reais, sua alegria e convicção no poder da fé na Lei Mística. São palavras verdadeiras. Por exemplo, dizendo a alguém: “Com certeza você se tornará feliz com esta prática budista”; “Recitar Nam-myoho-renge-kyo transformará a sua vida” e “Não há dificuldade que não possa ser superada com essa oração”.
Palavras sinceras vindas do puro desejo da felicidade de um amigo; palavras de convicção e alegria que brotam das profundezas da vida; palavras de coragem e esperança para dissipar sofrimentos de um amigo — tudo isso são palavras que despertam a natureza de buda intrínseca dos outros. É por isso que compartilhar “mesmo uma única frase” por si só é uma sublime maneira de realizar o shakubuku, e porque esse nobre empenho certamente fará surgir boa sorte e maravilhosos benefícios.
Quem diz aos outros quão grandiosa é a Lei Mística, ou quão maravilhoso é o Budismo de Nichiren Daishonin, mesmo que apenas por meio de uma única orientação ou palavra, são, sem exceção, emissários do Buda. O próprio ato de compartilhar a Lei Mística é garantia de que acumularemos benefícios imensuráveis como dignos emissários, e nossa vida certamente brilhará de forma radiante, plena de boa sorte e benefícios, existência após existência.

A nobre missão dos membros da Soka Gakkai


O Budismo de Nichiren Daishonin é o ensinamento que desperta os indivíduos para a sua missão como emissários do Buda e os inspira a realizar a mesma prática de compaixão do Buda, permitindo-lhes ajudar muitos outros a conduzir uma existência feliz e vitoriosa.
“Nós devemos ter a máxima confiança de que somos nobres indivíduos emissários d’Aquele que Assim Chega. Não devemos nos subestimar”, declarou o segundo presidente da Soka Gakkai, Josei Toda, numa edição do periódico da Soka Gakkai chamado Kachi Sozo (“Criação de Valor”) do pós-guerra. E, referindo-se à nossa missão como membros da Soka Gakkai, ele continuou: “Nós somos emissários do Buda. Fomos enviados até aqui pelo Buda. Somos emanações de Daishonin. Apesar de parecermos pessoas comuns, somos, na verdade, extremamente dignos do mais alto respeito”.
Isso foi em 1946. Toda Sensei acabava de se erguer em meio às ruínas do Japão pós-guerra para embarcar na empreitada da reconstrução da Soka Gakkai.
Essa inspiradora declaração de Toda Sensei acendeu uma brilhante chama no coração dos membros. Nada se iguala à força de pessoas que despertaram para a sua missão. Coragem e convicção revivesceram no peito de todos e a esperança também floresceu na vida deles.
A conquista da meta lançada por Toda Sensei — da conversão de 750 mil famílias — concretizada mais tarde, também começou essencialmente com o despertar de cada membro para a sua missão.
Vivendo como emissários do Buda — apresentando o budismo para os seus amigos e percorrendo o grande caminho para a felicidade com eles —, os membros transbordavam da mais sublime alegria e passaram a expandir nossa rede de amigos bodisatvas da terra com ainda mais vigor.
Publicado em: Brasil Seikyo - Ed.2277 - Caderno Reunião de Palestra - Pg.D2 - 30/05/2015